#83. Anatomia de um Clássico: A tal da qualidade

4 de julho de 2012

Semana passada eu li o relato de uma conversa com Cristina Zanetti e Fernanda Resende, as cabeças por trás da Oficina de Estilo. O tópico era uma "Moda Descartável", o sistema de qualidade e custos da fabricação de um produto. Depois de refletir um pouco eu cheguei a conclusão que a palavra "qualidade", assim como os termos "clássicos" x "descartáveis" são usados com frequência mas quase nunca explicados.

Colocar a mão em um produto de qualidade chega a ser difícil para nós do Brasil. A produção das fábricas brasileiras, quando voltadas para o mercado interno, não tem tanto rigor com a qualidade do produto em virtude de três fatores principais. Em primeiro lugar, o baixo poder aquisitivo da maioria da população brasileira. Em segundo lugar, o consumidor brasileiro é pouco exigente. A maioria nem sequer tem parâmetros para comparação. Isso é verdade para todos os produtos. Falo por experiência própria quando digo que os clientes são muito mais exigentes no mercado externo. 

Por fim, voltando o foco para o vestuário masculino, temos ainda o aspecto transitório e descartável da moda em massa. Isso favorece a fabricação de produtos que tenham vida curta e, por conseguinte, baixa qualidade. Assim, uma vez que no Brasil não existe preocupação com a qualidade nem por parte do consumidor, nem por parte do produtor, também não existe empecilho à produção de peças confeccionadas com matéria prima e métodos inferiores. 

Meu objetivo nesta série "Anatomia de um Clássico" é pesquisar, aprender, e compartilhar informações objetivas a respeito do que torna uma peça do vestuário masculino uma peça de "qualidade" e um "clássico".  Resolvi começar de baixo e ir subindo. Então a primeira parte será sobre sapatos. Até!

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