Pausa para falar de esporte

23 de agosto de 2012


Vou falar um pouco de natação, o esporte que vivi. Nas Olímpiadas de Londres Michael Phelps conseguiu o seu recorde de medalhas e terminou a sua carreira como o atleta Olímpico mais medalhado de todos os tempos. Confesso que fiquei um pouco desapontado quando ele perdeu o 200 borboleta na chegada, só que fiquei mais impressionado com a graça e generosidade com que ele agiu após ser derrotado.

Acho que é isso que a mídia deixa escapar na sua cobertura do esporte e sua elite. Anos após anos os participantes batalham uns com os outros em busca de medalhas, pontos, troféus e dinheiro. Mas por trás das características adversáriais da disputa, está escondida a cultura fraternal que existe nas competições.  Os atletas (com algumas exceções), são unidos pelo respeito mútuo e pelos treinamentos desgastantes de suas modalidades. Isso é verdade para os atletas casuais e é ainda mais verdadeiro nos competidores de alto nível.

Falo da experiência de treinar cinco horas por dia, de viajar por ai sem a mãe e o pai desde os 10 anos de idade. De desde pequeno ter que lidar com a dor de perder, aprender a reagir depois de ver meses ou anos de trabalho duro e esperança evaporarem-se em questão de minutos; ou mais difícil ainda: ter que aprender a ganhar: não deixar a vitória te tornar arrogante e ser bondoso com aqueles que perderam. Essa experiência anormal torna você extremamente próximo daquelas pessoas que passaram por tudo isso assim como você, porque somente eles conseguem entender o que tudo isso significa. Isso é válido para todas as experiencias marcantes, mas poucas são tão saudáveis físicamente e mentalmente, e conseguem unir o útil ao agradável como o esporte.

A idéia de nos tornarmos unidos pela competição pode parecer contráditória, mas para mim, essa compreensão mútua criada pela disputa no esporte é uma das ferramentas mais fortes que existe para compreensão e diálogo entre culturas. Talvez seja também por isso que a grande maioria torcedores, jornalistas e dirigentes brasileiros são um tanto alienados e agressivos. Porque nunca estiveram do outro lado, já que a atividade esportiva competitiva é bastante fraca no país.

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