Ícone de estilo: Andre Benjamin 3000 e as variações criativas

3 de setembro de 2012


Sad, but one day our kids will have to visit museums to see what a lady looks like. So if you find one, I beg of you, hold her tight. Yes, if you spot one, good sir, treat her right" ~ Andre Benjamin 3000
Eu sempre achei que o brasileiro vê as roupas de uma forma muito preto e branco. Usar boné de um jeito é coisa de "mano", usar um sapato de outro é coisa de "coxinha", usar calça assim é coisa de "emo", usar blusa assado é coisa de "nerd", e por aí vai. Sempre vem algum conhecido com uma classificação para algo que você está usando. Pode ser que essa categorização venha de épocas passadas que tinham uma divisão bem maior de classe e de regras de vestimenta. Monty Phyton e Os Cavaleiros Da Távola Redonda me ensinaram que na era medieval se você andava por aí com um manto de veludo, era nobre e se andasse por aí todo cagado era plebeu. Quando o Brasil foi descoberto você ou era um Índio ou um Português:

Gordo barrigão de metal = Português. Bunda de fora = Índio
A medida que a civilização foi conseguindo mais liberdade, ser descolado virou sinônimo de se opor as gerações anteriores. Para uma geração o jeans era sinônimo de arruaceiros, por isso ele foi adotado pela geração posterior. Os hippies disseram não ao "Homem de terno cinza" dos anos 50. Nos anos 70 o John Travolta chutou o balde e adotou salto plataforma e golas gigantes. Nos anos 80 e 90 o Ben Stiller foi rotulado de "Yuppie" pela turma da Wynona Ryder. Se vestir de forma tradicional te classificava como um quadrado, ou simbolizava riqueza. Um texto excelente que ilustra esse pensamento na cultura do Hip Hop é este publicado na revista O Menelick escrito pelo Jun do Ubora em colaboração com o sociologo Márcio Macedo.

O legal do texto citado é que ele fala de um pessoal que vê valor na tradição e do passado, independente de classe social ou etnia. Mostra uma geração que consegue pegar influências de outras épocas, misturar com influências modernas, descartar o que é ruim e seguir em frente com o que é de bom. As pessoas mais estilosas da atualidade são justamente essa galera que consegue reconhecer o valor da tradição e criar novidades com ela, variações criativas, mas que respeitam a premissa e o conceito original. E é por isso que eu considero esse cara um ícone de estilo (e também por mostrar que roupa slim não é necessáriamente sinônimo de um bom molde e bom caimento).





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